Um simpático sobradinho, na rua Maria Curupaiti, 355 – próximo da Avenida Brás Leme. Ali, desde 2013 funciona o Yeran Comida Armênia.
O Yeran Comida Armênia é um negócio familiar que teve início na casa da amável Yeran Garabedian Habib, no Jardim São Paulo. Ela, filha de armênios e nascida na Síria, para onde a família migrou, chegou ao Brasil com 19 anos ao lado do esposo – Hagop, onde imaginava que seria uma esposa e dona de casa, como outras tantas. Aos sábados, ela preparava almoços e reunia amigos, que com o tempo foram trazendo outros amigos.
A sala de jantar na residência do Jardim São Paulo ficou pequena e deu lugar ao salão do sobradinho em Santana, que em sua fachada ostenta o nome da cozinheira.
No pequeno corredor, que ladeia o salão, um concorridíssimo buffet por kilo durante o almoço permite que os “não iniciados” na gastronomia armênia, possam experimentar um pouco de tudo que a casa dispõe. No jantar, o serviço funciona “à la carte” – expressão francesa que significa “como está no cardápio”.
A principal diferença entre a comida árabe e a armênia, é o tempero. Apesar de ingredientes em comum e alguns pratos semelhantes, na culinária armênia – que sofreu forte influência dos otomanos – predominam as ervas e temperos frescos.
Da cozinha saem receitas de tradicionais da culinária Armênia, feitas de forma artesanal, como o precioso Bastrmá (pronuncia-se basturmá) uma carne curada armênia, de consistência e sabor marcantes, envolta em uma cobertura chamada tchemén, preparada com alho, pimenta preta, cominho e páprica.
O Bastrmá é servido com ovos mexidos – que realça o sabor da carne – e escoltados por pão sírio. Ou ainda, como entrada com temperos armênios e também no recheio de esfihas.
Falando em entradas, as versões armênias das pastas Babaganuch (pasta de beringela), Homus (pasta de grão de bico com tahini), Coalhada Seca, Djadjãh (coalhada fresca com pepinos) ou o Chanclique (uma pasta de ricota com temperos frescos), abrem deliciosamente o apetite.
Não deixe de provar o Mantã, uma espécie de massa fininha, recheadas com carne e em forma de mini trouxinhas. Ela é apresentada no formato de uma mandala em sua versão assada (acompanhada de coalhada seca temperada) ou ainda utilizada em sopas como a de coalhada ou em um saboroso caldo de vegetais. E ainda, no capítulo sopa, nos dias frios prove a perfumada “sopa de coalhada“, com pequenos kibes assados.
Bastante disputados, o Sarmá (charutinhos) de folha de uva ou repolho, recebem o aromático recheio de carne moída, arroz, tomates, cebolas, hortelã e temperos típicos armênios e o Chi Kofte – a versão armênia do kibe cru.
No Yeran também é encontrado na versão onde são usadas ervilhas ao invés de carne. Brilham ainda no cardápio, o kibe frito e o falafel…. tão bons que dispensam comentários.
Provamos também o correto Dolmá – abobrinha recheada com uma mistura de arroz, carne bovina moída, tomate e temperos (também na versão com berinjela).
A lehmeyun (esfiha armênia) tem massa mais fina, dourada…. Destaque para a de Bastrmá com queijo na versão aberta. Bastante interessante, as versões carne e queijo com massa folhada, que chegam a mesa crocantes.
Se você é do team sanduba, o Yeran oferece em seu cardápio opções bastante interessantes, como o arais (pão sírio, carne moída com tempero típico armênio e mussarela, levados ao forno) ou ainda os Shawarma de Carne (filet mignon, tomates, cebolas com salsinhas, molho especial à base de tahine no pão sírio) e o de Falafel (falafel, salsinha, hortelã, picles, tomate, alface e molho especial de gergelim no pão sírio). O arroz armênio, bastante perfumado, leva em seu preparo macarrão cabelo de anjo, amêndoas , pitada de canela e carne moída e vai muito bem com o kafta – que difere da árabe, por seus temperos e recebe como acompanhamento salada de alface, rúcula e tomates.
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