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Que delícia de passeio ir ao Copan comer no Cuia, o restaurante da chef @belcoelho dentro da livraria do prédio.
Por lá, o espaço é rico em obras, em arquitetura e em design, além de aconchegante e com bom serviço. As refeições possíveis vão do café ao lanche da tarde, passando pelo almoço, minha escolha.
Ele começa bem com o tempurá de lula na tapioca e ponzu de caju (R$44). É bem frito, crocante por fora, macio com uma certa resistência - sem ser borrachuda - ao centro e ganha acidez e frescor com o ponzu - um molho japonês à base de limão - de caju.
Em seguida, os pasteizinhos de queijo Serra da Canastra (R$38) vêm com cebola caramelizada e molho picante de jabuticaba, que ajuda a quebrar um pouco da gordura do queijo e da fritura, bem como do dulçor da caramelização da cebola.
Dos pratos, o orecchiette (R$59) vem com alho poró, cogumelo Portobello e Paris, bok choy - uma espécie de acelga chinesa - e amêndoas laminadas. Um prato leve, perfumado, rico em umami, com bons pontos e boas proporções.
Fazem bonito também as costelinhas de porco e o peixe do dia (R$74).
Aquelas vêm ao molho de melaço de cana com canjiquinha de milho, cogumelos e couve kale e esse, um filhote, vem com salada de feijão manteiguinha e farinha d'água ao molho de tucupi.
Dos doces, o toucinho do céu (R$34) leva castanha do Pará e acompanha creme de puxuri - uma espécie de noz-moscada amazônica - e laranja, que confere frescor e citricidade.
Ótima também é a mousse de chocolate (R$34), que vem com doce de bacuri - um fruto amazônico que lembra uma maçã -, creme de cumaru - uma espécie de baunilha amazônica - e farofa de castanha do Pará.
Querem mais? Sorvete de cumaru, calda de chocolate e farofa de amendoim (R$28) fecham os comes com dignidade.
Nos bebes, drinks. Provamos o Tucupi Sour (R$44) com rum, angostura de cacau, melado de cana, limão, clara pasteurizada, tucupi negro e nibs de cacau. Mais adocicado, com uma leve acidez e uma textura mais aveludada vinda da clara.
Tomamos também o Selva com cachaça, shrub de caju e pimenta, limão e bitter de laranja. Mais ácido, refrescante e com uma leve picância.
Vale a ida!
O Maravilhoso Mundo de Cuia.
Tem lugares que você chega por acaso e aí percebe que não foi assim.
Esses lugares são raros, escondidos, você chega lá porque é o seu coração que te leva até lá em silêncio.
E foi exatamente isso que aconteceu comigo com CUIA, da Bel Coelho.
Chamá-lo de restaurante é extremamente redutor porque o CUIA é tudo menos um restaurante.
Cuia é um lugar onde a alma, o coração e o corpo se encontram em diálogo entre si, para serem felizes em harmonia e simbiose saboreando maravilhas gastronômicas, algo que em 4 anos morando no Brasil nunca tinha acontecido comigo antes.
O local é extremamente quente, no sentido interno do termo.
Entrar aqui é fazer uma viagem pela alma da Bel, a chef que deu vida a este imenso, pequeno e maravilhoso sonho.
Sim...imenso e pequeno porquê a imensidade está no ser ao mesmo tempo pequeno.
A percepção que tive da Bel, sem nunca tê-la visto ou conhecida, foi incrível.
Ela deve ter um sorriso maravilhoso, profundo e largo assim como os sabores que se liberam de seus pratos incríveis.
A sua alma é certamente a de uma menina cheia de alegria porque só com uma alma assim é possível transmitir emoções através do que se gosta de fazer. Os sabores são delicados, persistentes e envolventes e revelam-se no palato de forma progressiva e constante mas nunca agressiva.
A delicadeza da mistura de ingredientes é verdadeiramente especial, uma curva ascendente de sabores que atinge o coração e a alma, entorpecendo o cérebro de prazer e deixando-o indefeso.
Pratos que contam uma viagem pelo mundo utilizando especiarias, ervas e até receitas de países como a Itália ou o Oriente.
Os elementos são respeitados tanto na sua essência como na sua utilização para evitar uma distorção que está cada vez mais na moda nos restaurantes de hoje.
O pessoal da sala, começando por Bruno, é excepcionalmente cordial e gentil e é acima de tudo discreto e nunca intrusivo. Há um ar de internacionalidade, tanto na gestão global quanto na conduta individual de cada pessoa que trabalha, o que é muito raro no Brasil.
O cardápio é um simpósio de perfeição, sabor, amor e doçura harmonizados com maestria pela equipe da cozinha formada por uma galera maravilhosa e envolvente que supera todas as melhores expectativas.
A técnica de todos eles é uma demonstração ampla e especializada de conhecimento do mais alto nível possível.
Não há predominância de ninguém, muito pelo contrário.
Ao observar percebi a essência da cozinha: uma colaboração harmoniosa como se fossem as engrenagens de um relógio mágico que permite viajar com e através das emoções e sentimentos de todos eles. Acho que posso contar lugares como este na minha vida nos dedos de uma mão.
Acariciar o coração e a alma através da comida é um dom de quem tem uma alma doce e bondosa, assim como Bel e a maravilhosa equipe do Mondo di Cuia.
As sobremesas sao sensacionais! Super recomendo!
(No dia que fui conhecer com amigas, haviamos chegado muito tarde, entao acabamos pegando somente sobremesa).
Mas com certeza vou voltar ainda para experimentar o resto.
O que eu tinha pedido:
-Café Expresso;
-Sorvete de Cumaru, calda de chocolate e farofa de amendoim;
-Sorvete de cream cheese, calda de goiabada e farofa de amendoim;
-Mousse de chocolate, doce de bacuri, creme de cumaru e farofa de castanha do pará.
Info extra:
No final cada um gastou entre 35-50 reais.
Agora se você procura por uma experiência completa, vai custar uma média de 160-220 reais por pessoa.
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